quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sagrado

Ela quis o sol nascendo reto e delicado naquele lugar de cores mágicas. Ela quis o abraço dos braços que se despedem com a voz dispersa de quem talvez se importe. Mas esqueceu que naquele peito de mulher, mora um coração de menina, que espera o que não pode esperar.

E ela foi ver o sol se por com o júbilo de quem correu e alcançou. Viu cores múltiplas e belas
espelhando do céu às águas daquele belo lago e como se tentasse alcançar um outro lugar... parou, com os olhos estáticos de quem tem esperança.

Mas foi ver o sol nascer em outras terras, nas terras onde talvez deva afundar suas raízes. Onde o sol também se põe reluzente e iluminando tantas vidas que se derretem por ele.

E viu sozinha... ouvindo sozinha, pensando no que ficou, desejando o que deixou saudade. Aquele breve tempo em que pôde ver outras coisas, sentir de outras maneiras. A admiração ficou nela como se fosse um espelho. O encantamento deixou a vontade de viver tudo de maneira como se o amanhã não existisse.

E de fato ela sabe que não existe e por isso apenas ficou esperando. Talvez num amanhã desses perdido pela vida, ela pudesse ver o sol prometido nascer com as cores e os sabores do tamanho do desejo de ontém.

E agora reza pra que seja à tempo, pra que os ponteiros sejam justos e ajustados às trilhas divinas do destino que talvez a levem de novo, no momento certo àquele lugar sagrado.

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