quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Quem vai dar conta de mim?

Sopra um vento seco e fresco
Vem trazendo os ares da nostalgia
Uma brisa que entranha nos meus órgãos
Como se a música nascesse de minhas teclas
Enquanto teclo, enquanto espero as palavras
Aquelas que não sairão dos pensamentos mais inconscientes
Se é que elas existem nas sombras
Eu odeio o saudosismo
Mas uma lágrima vai descendo inevitavelmente
Como a chuva quando resolve cair sem pedir licença
E caio... caio aos cacos
junto meus pedaços
junto aos cacos, as lágrimas
O sal amargo do choro contido
E tento entender minha forma
Essa forma sem forma, disforme, separada
Sem sentido
Direito ou esquerdo?
Pra cima ou pra baixo?
Dentro ou fora?
Tentando seguir mundo afora
Sem destino ou endereço
Colecionando os números de minhas casas
sem lares, somente concreto e tinta
Pintando o quadro de minha vida
Em tons brancos, pretos, cinzas, pastéis

Tento soltar um grito
ou faço apenas um pedido
que ninguém vai entender
então escolho o silêncio
silencio meus dons, meus tons
ofusco meu brilho,
me faço em metade
um pouco de sonho, um pouco de realidade
esperando
esperando
esperança
.
.
.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindas palavras. Me identifiquei com o "Tentando seguir mundo afora, Sem destino ou endereço,
Colecionando os números de minhas casas,
sem lares, somente concreto e tinta
Pintando o quadro de minha vida
Em tons brancos, pretos, cinzas, pastéis".

Me lembrou essa vida de estudante.
Abraço!