segunda-feira, 22 de dezembro de 2008




Quisera Senhor, neste Natal, armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos.

Os amigos de longe e de perto. Os antigos e os mais recentes. Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro. Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Quando faltam palavras...

Por Mari Arantes

De repente as palavras fogem...
Um turbilhão de pensamentos
O coração há 200.000 por hora
Mas ainda assim as palavras faltam...

As reticências falam por si
Agora reticente...
Pensativa...
Uma confusão gostosa...
Um gelo brincalhão na barriga
Quase cócegas
E não interessa se é madrugada, dia, noite
Algumas coisas são tão plenas, intensas
Ricas em si mesmas

Não precisam de palavras
Só esse borboletar de coisas dentro da gente
O misto de desejo e sabe-se lá o que mais
Não um desejo sórdido, mas uma pulsão pura...

E de repente as palavras chegam em forma de poema
Poema disforme, torto
Um poema meu,
As minhas palavras
A sensação de estar nesse momento completo...
E vai entender os traçados do nosso destino
Se é que existe o destino...
E vai entender os nossos próprios traçados,
As nossas escolhas...

Demonstrar amor, sempre... Implorar, jamais!


Por Rosana Braga

(...) Pessoas me contam sobre o quanto têm exposto o que sentem e o quanto isso tem lhes rendido mais desafeto, menos estima por si mesmas e frustrações seguidas de frustrações.

Observando tais histórias, notei que, como em tudo o que é sutil e profundo ao mesmo tempo, há um tênue limite a ser observado nesta questão. Ou seja, é preciso amadurecimento e autopercepção para notar a diferença entre 'demonstrar o que se sente' e 'mendigar o amor do outro' – coisa que nunca defendi e nem pretendo fazê-lo agora; tanto que, numa outra ocasião, escrevi "O outro tem o direito de não gostar de você!".

Tem muita gente confundindo 'ser sincero' com 'ser inconveniente'; pessoas agindo sem dignidade em nome não de um amor, mas de uma obstinação infantil e neurótica. Quando digo que precisamos começar a admitir mais o que sentimos, não estou dizendo que devemos empurrar esse sentimento 'goela abaixo' do outro, nem implorar, esgoelar-se, fazer chantagens ou mendigar afeto.

Se o outro disse ou demonstrou que não quer, que não pode retribuir o amor que sentimos, o mínimo que podemos fazer é respeitá-lo e – sobretudo – tentar manter nossa autoridade moral diante deste 'não'. Acontece que aí está outro tênue limite: a diferença entre 'comportar-se de modo digno' e 'agir movido por um orgulho despeitado'.

De novo, é preciso maturidade para se dar conta de que chorar, expressar-se emocionalmente, esclarecer desejos e ser honesto com sua própria dor faz parte de uma personalidade íntegra; ao passo que ficar com raiva, se fechar ou demonstrar indiferença e superioridade quando o coração está, na verdade, sangrando, são atitudes que evidenciam um ego exacerbado, uma agressividade enrustida e nada produtiva.

Mas há que se considerar que entre a infantilidade e a maturidade existe um longo caminho a ser percorrido e muitas experiências a serem vivenciadas; isto é, uma vida inteira! E quem de nós nunca se excedeu, nunca insistiu ou nunca se comportou de modo orgulhoso e despeitado diante das armadilhas do coração?

Felizmente, pouquíssimos ou ninguém se reconhecerá tão conveniente, tão adequado e absolutamente oportuno na dança do amor; até porque, estaria sendo pedante, muito certamente.

Sendo assim, mais do que levar tão a sério o "jamais" que coloquei propositadamente no título deste artigo, meu intuito é que eu e você consigamos ser corajosos o bastante para arriscarmos e apostarmos mais uma vez na possibilidade de ser melhor!

Afinal, bom mesmo é descobrir na prática, errando e acertando, o quanto podemos amadurecer, nos tornar mais autênticos e inteiros no exercício de amar!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ali....

Por Mari Arantes


Ela estava ali parada, no canto de um salão enorme, esperando para vê-lo... de longe mais uma vez...

Não sabia que agora seria diferente.

Não sabia nem bem o porque de estar ali tão cedo... não havia quase ninguém...

Ele entrou e ela estava ali... Os olho dele vidraram ao vê-la e se tornaram fãs naquele momento...

Ele pôs os olhos nela ali no canto e ela esperava para vê-lo mais uma vez...

Ele a viu naquele momento... nunca a tinha visto.

E ele entrou, ela o olhou... quem? Sem acreditar que ele estava se aproximando...

Ela pensava que não podia o ter e ficava imaginando...

Mas naquele momento, tudo o que imaginava estava bem ali...

Ela amava... e ele disse "Oi"... a menina mulher não conseguiu reagir e com os olhos o olhava mesmo andando em outra direção...

Mas ao vê-lo de longe, ela o olhou e com os olhos disse "Vem"...

Ele foi... o tempo parando em passos mudos...

O tempo parou naquele momento...

Eles se abraçaram e sentiram como se fossem um, apenas um...

Sem esperar ele a beijou!

Ela não esperava, nunca esperou isso...

Ele disse palavras, fitou-a sem medo!

E se abraçaram!

E ele precisou ir embora, subir aquelas escadas e testar alguns projetos de vida!

Ela pediu que esperasse quando terminasse seu trabalho e desceu aquela ladeira, entrou em seu quarto simples, papel e caneta na mão... o escreveu palavras que nunca se comparariam às dele.

Voltou, ele a esperava...

Ela entrou e ele estava ali...

Será que foi ela quem o atraiu? De onde ele a descobriu?

Ele queria tocar seu corpo... ela entregou o papel, ele de blusa branca com seu jeito ainda moço de ser...

Caiu a chuva e ele pediu pra que ela não ficasse com medo...

Selando a união, eternizaram o amor mesmo acreditando que não seria imortal...

Tão pouco imortal a ponto dela acordar pela manhã, em sua cama ensolarada e se dar conta de que tudo não passara de um florido sonho, revelando seu segredo e seu desejo, escondido nas estampas de sorrisos em seu rosto...

Ficou triste por ser um sonho, mas sentiu-se cheia de amor e de vontade de viver, pelo menos em busca de sua felicidade...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

As inquietações de uma alma...

Por Mari Arantes

Ela muitas vezes se expressa assim...
Por conta de uma inquietude que a toma por dentro, de repente, é ela... impetuosa, intensa, enlouquecida, como se tudo fosse explodir numa urgência drástica...
E então ela quer dizer tudo e chutar o balde... não pára pra pensar, não contrabalanceia as coisas, não analisa os fatos, simplesmente, tomada por uma vontade louca de resolver as coisas, faz o que dá na cabeça... e vai entender a cabeça de uma alma...
Alma... psique... espírito... mente... qualquer uma das definições já traz implícito a complexidade das atitudes desse... ente... ser... o que seria a alma??? Uma parte de nós, talvez a parte que mais nos controla, ou vai dizer que existe alguém nesse mundo que tem muito mais controle racional de sua vida do que espiritual... emocional... mental.......
E uma alma inquieta é um convite a perder a cabeça, to lose control... e ver no que dá... até onde podemos ir... o homem testando sempre seus limites de coragem, moral, ética...
Por fim o combústivel que move as coisas está em nossos ímpetos, nossos desejos, necessidades de crescer, evoluir?? Não sei!!
Não sei se estamos caminhando pra evolução da nossa espécie ou para o nosso auto-extermínio...
Época de campanha política e o que vemos na TV? Podridão, promessas que nunca serão cumpridas... políticos engravatados, sorridentes, tapinhas nas costas... compromisso com o povo????
90% deles só têm compromisso com uma coisa... seus próprios bolsos!!!!
O que me move é a esperança de um dia isso tudo melhorar... e a certeza que, se cada um nós pingar uma gotinha pra tentar acabar com o fogaréu que virou nosso mundo, unidos, podemos acabar com esse incêndio de imoralidades...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Relacionamentos



Por Arnaldo Jabor


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro... '
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos... Mas não deu certo... Acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... E se o beijo bate... Se joga... Senão bate... Mais um Martini, por favor... E vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra..
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa ta com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.

Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.

E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim... Quem disse que ser adulto é fácil?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Teatro

Por Mari Arantes

O Teatro Mágico fazendo pensar....

"A maioria das pessoas passa de oito a doze horas por dia
fazendo coisas que não fazem sentido na vida delas
PERMITA-SE! PERMITA-SE!"

Permita-se eternamente, não se prive,
Especialmente de fazer sua alma sorrir...
Não se prenda ao racionalismo...

Permita sentir com seu corpo
O que sua alma não alcança sozinha...
Permita sentir com sua alma
O que seu corpo não consegue tocar....

Permita-se profundamente,
De verdade...
Tocar a eternidade com suas mãos mortais...

Permita-se deixar morrer... pra ser Fênix...
Renascer das cinzas
Mas se for pra se deixar morrer, que seja por suas próprias mãos
Não o suicídio, mas a morte de suas máscaras
O renascimento de algumas,
O nascimento de outras...

"Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós..."

E renascer... sem perder a esperança...
Que seja sempre eterno enquanto dure....
Porque nem tudo é para sempre...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A metáfora do Tiro no Pé!

Por Mari Arantes

Já deu um tiro no pé?
Sabe aquele momento em que se você correr o bicho pega e se você ficar o bicho come?
Tem gente que nessas horas prefere dar um tiro no pé na esperança não sei do que!
Já pensou você nessa situação, na berlinda, na encrusilhada? Na verdade e com certeza alguma outra saída pra fugir do bicho você teria, quem sabe levá-lo na conversa... ;)
Mas aí o cara opta por dar um tiro no pé e pronto... ferrou-se!!!
Da próxima vez que se sentir acuado(a) e não quiser o bicho pegue e muito menos que ele te coma, tente uma outra solução que não seja dar um tiro no seu pé, porque além de perder um de seus membros inferiores, você ainda vai ser pego e comido pelo bicho!!
Não está entendendo nada, não é mesmo?
Se amarrar pra você, beleza! Se não, melhor deliciar-se lendo o texto anterior!!

Eu me rendo


Por Danuza Leão


Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a
acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e
sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.

Uma das mentiras:

É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa,
companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.

É muito simples: não podemos.

Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.

Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?

Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.

Ah, quanta mentira!

Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não a que faz de conta que trabalha, mas a que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre Maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.

Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.

Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa , fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.

Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.

É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta Que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.

Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que Resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.

Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.

Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, Por que o rendimento escolar está baixo.

E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver . Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver : ar, água e pão.

Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria.
Parabéns para quem consegue fingir tudo isso...